No próximo dia 11, uma reunião em Brasília será o palco para importantes discussões sobre o potencial econômico e agrícola da cannabis e do cânhamo no Brasil. Organizado pelo renomado Instituto Ficus, o debate será enriquecido com as perspectivas de parlamentares, empresários, representantes de agências reguladoras, bem como da Anvisa, da Embrapa e de membros do governo federal.
No cerne do evento está a discussão sobre progressos legislativos que possam viabilizar o cultivo dessas commodities emergentes em solo brasileiro. A reunião busca ressaltar o potencial da indústria de cannabis e cânhamo como uma ferramenta potencialmente valiosa para o avanço econômico, o desenvolvimento socioambiental e a arrecadação de impostos. Diante de países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, que já adotaram políticas de uso permitido de derivados de cannabis em alimentos e cosméticos, o Brasil se encontra em um momento crucial para superar obstáculos regulatórios.
No rol de participantes está Luis Mauricio, o talentoso baixista da banda Natiruts e presidente da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial (ABCI). Ele fornecerá uma demonstração prática do potencial do cânhamo, apresentando o primeiro baixo feito desta fibra natural. “Meu objetivo é demonstrar a versatilidade da fibra de cânhamo e sua ampla gama de aplicações, como exemplificado pelo meu instrumento musical. Além disso, é crucial discutir o uso medicinal do CBD, uma vez que o cânhamo é uma planta rica em CBD e possui baixo teor de THC, uma substância psicoativa”, compartilhou.
Este encontro marca um passo importante na mobilização para a regulamentação do cultivo de cannabis e cânhamo no Brasil. Além disso, foca na necessidade de desenvolver cadeias produtivas e gerar empregos no mercado emergente dessas plantas.
De acordo com um estudo recente da Kaya Mind, a regulamentação do cânhamo no Brasil poderia gerar aproximadamente R$ 4,9 bilhões no quarto ano após sua legalização. Desse valor, uma quantia considerável de R$ 330,1 milhões seria destinada à arrecadação de impostos, propiciando uma nova fonte de renda ao Estado e dando um impulso significativo à economia.
Não se pode negligenciar o impacto ambientalmente positivo da legalização do cânhamo. Essa planta respeitável é conhecida por suas propriedades ecológicas – como sua capacidade de regenerar o solo e sua necessidade reduzida de água em comparação com outras culturas – que poderiam contribuir para que o Brasil melhore sua posição nos índices globais de sustentabilidade.